Ambiente

Engenheiro português desenvolve colmeia "inteligente"

Um jovem engenheiro português desenvolveu uma colmeia "inteligente" destinada a melhorar as condições de vida das abelhas e a facilitar o trabalho dos apicultores.
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Um jovem engenheiro português desenvolveu uma colmeia “inteligente” destinada a melhorar as condições de vida das abelhas e a facilitar o trabalho dos apicultores. O projeto nasceu da paixão de Miguel Bento, ex-aluno da Universidade de Aveiro (UA), pela apicultura e é apoiado pela Incubadora de Empresas da UA.
 
Além do amor por esta arte, Miguel Bento, de 25 anos, Mestre em Eletrónica e Telecomunicações, herdou do avô várias colmeias vazias, que “recheou” com um enxame oferecido por um primo. Foi aí que se apercebeu que, todos os anos, perdia milhares de abelhas – um problema que procurou solucionar. 
 
De acordo com um comunicado da UA, o jovem engenheiro apicultor juntou-se, então, a dois ex-colegas, Joel Oliveira e André Oliveira, formados em gestão e design de produto, e fez nascer a “Apis Technology”, empresa vocacionada para o desenvolvimento de uma colmeia que fosse “o sonho de qualquer apicultor”.
 
Três anos de trabalho resultaram no protótipo de uma colmeia “inteligente”, que, segundo explicou o jovem ao site da universidade, “possibilita a climatização automática do ambiente das abelhas, evitando mortes desnecessárias resultantes das variações de temperatura” e que conta com “um sistema de monitorização que permite que os apicultores tenham acesso, em tempo real, a tudo o que se passa com os seus enxames”.
 
A colmeia APIS dispõe de uma eficiência térmica superior em 50% à das colmeias normais, o que, realça Miguel Bento, torna possível “evitar a morte de alguns enxames devido às temperaturas extremas, bem como a diminuição do consumo dos recursos por parte das abelhas que não precisam de gerar tanto calor para se aquecerem e, por isso, não precisam de consumir tanto alimento”.

Colmeia já despertou a atenção estrangeira
 

Outra das vantagens da colmeia está na sua associação a uma plataforma 'online', onde os apicultores podem consultar todos os dados das suas colmeias. “Em cada uma das colmeias o apicultor pode introduzir um registo das suas inspeções, tendo assim um repositório de todas as informações referentes a essa colmeia, disponível em todo o lado”, conta o engenheiro, citado pela UA. 
 
As informações são reunidas por intermédio de um sistema desenvolvido por Miguel Bento e que é composto por vários sensores, que avaliam a humidade, a temperatura na câmara de criação, a temperatura no exterior da colmeia, o peso, o fluxo das abelhas a entrar e a sair da colmeia e que até dão a localização da mesma através de GPS.
 
Além de estar disponível para a colmeia APIS, que já tem alguns sensores embutidos, este sistema “pode ser colocado em qualquer colmeia já existente” utilizando um 'kit' separado de sensores configurável pelo próprio apicultor. Se um determinado peso for atingido, se a temperatura sair de uma determinada gama de valores, o responsável pela colmeia recebe um aviso automático 'online'.
 
“A única exceção é quando há uma tentativa de roubo ou derrube da colmeia quer pelo vento, quer por um animal de grande porte. Neste caso, o sistema envia um SMS para o apicultor”, possibilitando uma intervenção mais imediata, revela o jovem engenheiro.
 
A colmeia de Miguel Bento está a ser testada há nove meses pelo apicultor, que tem já mais de 20 colmeias, produzindo 150 quilo de mel por ano. O projeto já despertou, entretanto, a curiosidade de um famoso produtor austríaco, Harald Hafner, que vai começar, também, a testá-la em breve.

Notícia sugerida por David Ferreira

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