Pascal é neto de um lenhador de Castelo de Paiva, António Teixeira, que, no final dos anos 20, partiu para França. A mulher e o filho José – pai de Pascal – juntaram-se a ele em 1933. Pascal Teixeira da Silva viria a nascer em 1957 e cresceu afastado da comunidade portuguesa. Ainda assim, conheceu Portugal antes de se tornar adulto e manteve contactos com os primos dos arredores do Porto, mas nunca aprendeu a falar português.
“O meu pai só falava francês em casa. Esqueceu-se da língua, mas aprendeu-a mais tarde. Tal como eu”, contou Pascal ao Diário de Notícias.
A aprendizagem do português concretizar-se-ia aquando de um estágio no Brasil. Pascal tinha, na altura, 22 anos e terminava o curso na Escola Nacional de Administração. Aí conheceu a futura mulher, Pascale, também ela filha de um embaixador francês.
Pascal Teixeira da Silva esteve alguns anos em Paris, mas no final dos anos 80 foi destacado para a embaixada em Bona, capital da Alemanha Ocidental. Daí partiu para Moscovo e depois para Nova Iorque, como adido da missão francesa na ONU.
Portugal voltou a cruzar-se no seu caminho: era então membro do Conselho de Segurança e desde aí que tem no seu escritório um mapa-mundo, de 1573, do cartógrafo português Domingos Teixeira.
Entretanto, Pascal regressou a Paris para se tornar director de Estratégia, mas agora representará a França em Lisboa e planeia mudar-se para o Palácio de Santos-o-Velho (sede da embaixada) no início de setembro.