Ciência

Douro: Resíduos das videiras para gerar eletricidade

No âmbito do projeto Da_Vide, que tem sido desenvolvido com o objetivo de dar utilidade às vides, os resíduos resultantes da limpeza das videiras após as vindimas, um português está a trabalhar para produzir eletricidade com estes resíduos.
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No âmbito do projeto Da_Vide, que tem sido desenvolvido com o objetivo de dar utilidade às vides, os resíduos resultantes da limpeza das videiras após as vindimas, um investigador português está a trabalhar para produzir eletricidade diretamente a partir destes resíduos. A tecnologia poderá ser usada, por exemplo, no desenvolvimento de pilhas ou baterias biodegradáveis.
 
Depois de ter criado, como o Boas Notícias avançou o ano passado, o “combustível sólido inteligente” feito com vides que queima à medida do que o utilizador pretende e a “super madeira”, mais leve e moldável e com maior resistência mecânica que a madeira natural, Pedro Teixeira aposta em mais uma solução inovadora e ecológica.
 
A primeira demonstração pública do projeto que vai produzir eletricidade a partir das vides vai realizar-se já este sábado, no Peso da Régua, onde o investigador reside. “A explicação para este trabalho é simples. As vides, tal como qualquer material lenhoso, são compostas por uma diversidade de fibras que têm caraterísticas distintas entre si, nomeadamente o processo de composição ou a estabilidade iónica”, esclareceu em declarações à Lusa.
 
Como tal, acrescentou, “é possível, através da criação de um substrato composto por diversas fibras, obter uma determinada distribuição espacial, ou seja, a produção de um campo elétrico interno que tem como resultado uma força eletromotriz nas extremidades desse substrato”. Isto é, “basicamente temos uma coisa parecida com uma pilha feita a partir de vides”, destacou.

Telecomando a pilhas de vide está nos planos
 

Para esta “demonstração do princípio”, o investigador vai utilizar apenas vides e condutores. “Nós conseguimos obter células elementares que produzem entre 0,5 e um volt, sendo que essas células podem ser associadas em série ou em paralelo para se obter diversas voltagens ou diversas capacidades de corrente”, esclareceu ainda.
 
Visto que se trata de uma corrente muito fraca, há, segundo Pedro Teixeira, a necessidade de utilizar um condensador para acumular a energia que está a ser produzida pelas vides. Segundo o português, esta tecnologia poderá ter várias aplicações, nomeadamente o desenvolvimento de pilhas e baterias biodegradáveis.
 
“Esperamos, daqui a dois três meses, apresentar o primeiro telecomando a vides, o qual terá como fonte de energia, não uma pilha normal, como as que costumamos usar, mas sim uma feita em vide”, anteviu.
 
Além de apresentar o seu mais recente trabalho, Pedro Teixeira vai também apresentar, este fim-de-semana, uma exposição de joalharia e acessórios de moda em vide, inserida no projeto Da_Vide. 
 
“Teremos anéis a um euro”, revelou, assinalando que a iniciativa, onde haverá também brincos, pulseiras, 'piercings', colares e acessórios de moda como pentes ou riméis feitos de vide, é como “rirmo-nos um pouco desta lamentável situação que temos vivido em Portugal”.
 
A primeira demonstração da produção elétrica a partir das vides, bem como a exposição de joalharia, terá lugar este sábado, 23 de março, no espaço Douro Wonderful Events, no Peso da Régua.

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