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Desporto adaptado

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Felizmente, muito se tem feito em prol do desporto adaptado ou do desporto para todos, dentro de clubes e integrado em projetos sociais.

Existem hoje, para além do boccia, desporto tipicamente adaptado e com resultados de excelência a nível europeu, mundial e olímpico, muitos e bons exemplos de desportos tradicionais em que a abertura a pessoas com deficiência se têm revelado uma aposta bem-sucedida, não só pelo número de praticantes como pelos resultados que começam a alcançar.
Desportos como o karaté, a esgrima, o judo, a vela, a ginástica, o golfe, o atletismo, a canoagem, o ciclismo, o hipismo, entre outros, são exemplos de que com estratégia e persistência se podem quebrar estigmas sociais e barreiras físicas e financeiras.

No Algarve em particular, a grande maioria do desporto adaptado que se pratica é promovido por instituições de solidariedade social e por projetos sociais, sendo que os clubes desportivos, quer pela vontade quer pela disponibilidade de quem os dirige, ainda não abriram as suas portas à prática desportiva para pessoas com deficiência. A inexistência de estruturas acessíveis e de equipamentos adaptados são outros fatores que em muito limitam o início ou a continuidade da prática desportiva adaptada.

Em suma, a palavra de ordem para que exista desporto adaptado é “fazer”. Quero com isto dizer que apesar de todas as leis, normas, barreiras físicas e financeiras, da inexistência de técnicos com qualificação específica, de equipamentos adaptados ou mesmo de voluntários, o mais importante é querer-se proporcionar às pessoas com deficiência, a prática do desporto.

Este sempre foi o lema da Vela Solidária, projeto desportivo da associação Teia D’Impulsos, e por essa razão temos conseguido irromper por uma área que muitos não querem nem ouvir falar. Não é fácil decidir que ou colocamos pessoas com deficiência a navegar num barco “normalíssimo”, ou simplesmente essas pessoas nunca terão a oportunidade de viver a experiência de conduzir uma embarcação à vela, de marear as velas ou simplesmente de estarem no mar.

Enquanto promotores das atividades de vela, temos de ter a preocupação de garantir o máximo de segurança e um mínimo de desconforto para estas pessoas. Temos de ter uma atenção especial com os técnicos e auxiliares das instituições, pois a vela é o tipo de atividade que no início lhes coloca muitas reticências, nomeadamente em termos de segurança dos beneficiários.

Por fim e não menos importante, tendo em conta a natureza das atividades de vela, há que demonstrar aos clubes (quando trabalhamos em parceria) e às autoridades competentes, que a prática da vela tem tantos riscos para pessoas com deficiência como para as outras pessoas.

Assim, antes de iniciarmos as atividades propriamente ditas temos todo um trabalho de base, de preparação ao pormenor, com o propósito de garantir total sucesso.

Quanto às atividades propriamente ditas, descolados do conceito do desporto pelo desporto, o essencial aqui é focarmo-nos no desenvolvimento de competências pessoais e sociais através da prática da vela. Esta mudança de paradigma dá à Vela Solidária um posicionamento distinto, sobretudo porque proporciona benefícios mais efetivos para o dia a dia destas pessoas e das instituições que diariamente trabalham com elas.

Promover a proatividade, a autossuperação, a melhor gestão de conflitos e melhorias na motricidade, são alguns dos exemplos de competências que desenvolvemos nestas pessoas e que, no limite, contribuem de forma significativa para a uma melhor e mais efetiva integração social dos “nossos velejadores”.

Não existem receitas nem regras para se promover desporto para pessoas com deficiência, o que tem de existir é muita vontade de criar condições e oportunidades para que todos sejamos “IGUAIS”.

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