O escritor e poeta doou cerca de mil livros para a Biblioteca Nacional depois de deixar a direção da instituição durante o exílio de Juan Perón de 1955 a 1973. Esta coleção é especialmente preciosa porque contém esboços de futuras obras e comentários à margem dos livros, mas caiu no esquecimento e não foi catalogada.
Foi preciso esperar até 2004 para que dois pesquisadores iniciassem o trabalho, que resultou na revisão dos mais de 900.000 livros da Biblioteca.Os investigadores Rosato e Álvarez reuniram e publicaram suas descobertas numa obra de 400 páginas “Borges, livros e leituras”, editada pela própria Biblioteca Nacional.
Uma das principais descobertas é um poema inédito, manuscrito por Borges sobre um exemplar em alemão do teólogo Christian Walch e datado de 11 de dezembro de 1923.
Os especialistas reconheceram o traço fino e preciso característico do autor: “É de longe a descoberta mais importante”, disse Germán Álvarez.
“A esperança/como um corpo de menina…”, diz o poema. “É o primeiro Borges, o mais íntimo, quase erótico”, acrescentou Rosato.
[Notícia sugerida pela utilizadora Rosarinho Rodrigues]