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Descoberta gravação inédita de Martin Luther King

Foi num sótão empoeirado na cidade de Chattanooga, no estado norte-americano de Tennessee, que Stephen Tull se deparou, entre um conjunto de caixas velhas, com uma gravação inédita de Martin Luther King Jr.
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Foi num sótão empoeirado na cidade de Chattanooga, no estado norte-americano de Tennessee, que Stephen Tull se deparou, entre um conjunto de caixas velhas, com uma gravação inédita de Martin Luther King Jr. A autenticidade do achado já foi reconhecida e Tull espera, agora, que seja entregue a um museu ou universidade.
 
“Não conseguia acreditar no que estava a ouvir”, confessou Tull, citado pela CNN, que, ao ouvir a gravação, se apercebeu que se tratava de uma entrevista feita pelo seu pai ao icónico ativista político norte-americano.
 
O pai de Tull cresceu no Tennessee durante os anos de tensão e opressão racial e gravou a conversa com Luther King três anos antes do discurso que celebrizou a frase “I Have A Dream” (“Eu tenho um Sonho”), que deu em Washington, e oito anos antes do seu assassinato em Memphis.

Entrevista foca importância da não-violência
 

Ao longo da entrevista Luther King aborda a sua definição de não-violência e a importância desta no movimento dos direitos civis. “Eu diria que a não-violência é um método que procura alcançar um fim moral por meios morais”, afirma, acrescentando que esta resulta “de todo o conceito de amor, porque uma pessoa que não é violenta tem um espírito de amor, recusa-se a magoar o oponente porque o ama”. 
 
“Estou convencido de que quando os livros de história forem escritos nos anos vindouros, os historiadores vão recordar este movimento como um dos mais épicos da nossa herança”, continua o ativista, também pastor protestante, para quem este “representa a luta no seu mais elevado nível de dignidade e disciplina”.
 
Luther King descreve, ainda, na gravação, uma viagem recente a África, explicando ao pai de Tull a importância do movimento dos direitos civis nos EUA e no estrangeiro e revelando que “há interesse e preocupação em África acerca da situação nos EUA. Os líderes africanos em geral, tal como a população africana, estão preocupados com a luta que está a decorrer e familiarizados com o que se passa”.
 
“Temos de resolver o problema da injustiça racial se queremos manter-nos na liderança do mundo e se esperamos manter uma voz de moralidade num mundo em que dois terços da população é de cor”, defende.
 
Keya Morgan, colecionador e perito em documentos históricos raros, autenticou a gravação encontrada e está atualmente a trabalhar, por meio da sua galeria em Nova Iorque, para encontrar “uma boa casa” para o achado numa instituição universitária ou museológica.
 
“Quando a ouvi senti-me arrepiado”, admitiu Morgan. “É como se ele estivesse sentado na nossa sala de estar a conversar connosco”, concluiu.

Um símbolo dos direitos civis dos negros
 

Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta a 15 de Janeiro de 1929, tendo-se tornado um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos EUA e no resto do mundo por meio da promoção da não violência e de amor ao próximo.
 
Quatro anos antes do seu assassinato, em Memphis, a 4 de Abril de 1968, Luther King foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz, transformando-se na pessoa mais jovem de sempre a receber o galardão.
 
Desde 1986 que os EUA o homenageiam com a celebração de um feriado nacional com o seu nome, sempre na terceira segunda-feira do mês de Janeiro, data próxima à do seu aniversário.

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