Sociedade

Coimbra: Projeto pioneiro aproxima família e educadores

O projeto escolar "Vamos Educar Juntos com o Coelhinho Polo" está a ser aplicado nos jardins-de-infância e consiste num conjunto de atividades guiadas por uma abordagem coeducativa entre pais e educadores.
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Criar um elo mais forte entre as crianças, a família e os educadores é o objetivo do projeto “Vamos Educar Juntos com o Coelhinho Polo” que está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadoras da Universidade de Coimbra. A iniciativa conta com uma série de atividade, descritas em fichas, que são realizadas pelas crianças tanto no infantário como junto da família.

por Patrícia Maia
 

Graciete Franco, coordenadora do projeto, explicou ao Boas Notícias que o objetivo é “estimular a cooperação” entre estes três elementos – crianças, família e escola – de forma a “aumentar a literacia e a capacidade de aprendizagem” das crianças em idade pré-escolar.
 
Para isso, a equipa criou uma série de fascículos com fichas sobre vários temas – desde o corpo humano, à matemática, entre outros. As atividades são realizadas na escola mas prolongam-se à casa, onde a família deve ajudar a criança a completar as tarefas. 
 
“As fichas têm uma pequena caixa que deve ser sempre preenchida pelos educadores e pelos pais, no final de cada atividade, o que faz a ponte entre a casa e a família”, explica a psicóloga. O projeto é inspirado no  modelo desenvolvido pelos belgas Jean-Pierre Pourtois e Huguete Desmet mas foi adaptado à realidade portuguesa.

Reforçar a literacia dos pais
 

Dando o exemplo do corpo humano, Graciete Franco conta que há uma ficha onde, na escola, a criança aprende a identificar os diferentes órgãos. Depois, em casa, será preenchida uma ficha semelhante que resume a atividade do dia e onde os encarregados de educação “deixam uma avaliação simples sobre o que pensam da aprendizagem das crianças”. “Deste modo, o projeto reforça também a literacia dos pais”, salienta a coordenadora. 

Neste momento, a equipa está a desenvolver um projeto-piloto junto de 18 crianças do distrito de Coimbra e o “balanço é muito positivo”. “Os pais afirmam que têm registado mudanças positivas alterando pequenas rotinas. Por outro lado as crianças gostam muito e sentem-se mais responsabilizadas, sobretudo as que têm irmãos mais velhos que já andam na escola”, diz Graciete Franco. 

Promover momentos de diálogo e rotinas

A equipa da Universidade de Coimbra aposta ainda na partilha de “pequenas estratégias” que promovem a capacidade de concentração dos mais novos e também o diálogo com os mais velhos. “Criámos, por exemplo, uma cantilena que deve ser usada cada vez que há uma transição nas atividades diárias principais, pode ser usada por exemplo na hora de ir dormir, e que ajuda as crianças a perceber a importância das rotinas”, explica a coordenadora.
 

“Para além do lado pedagógico, queremos ajudar a incutir nestas crianças ritmos menos acelerados e um ambiente mais estruturado, daí reforçarmos, por exemplo, a importância de fazer refeições com a televisão desligada para dar espaço à conversa e à interação verbal”, sublinha Graciete Franco.
 
Os primeiros resultados do projeto vão ser apresentados no International Congress on Education, Innovation and Learning Technologies, a decorrer em Barcelona, de 23 a 25 de Julho. Contudo, a equipa vai continuar a acompanhar as crianças envolvidas, até ao final do 1.º ciclo do ensino básico, a fim de aferir as vantagens desta intervenção pré-escolar numa fase mais tardia de ensino. 

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