De acordo com o estudo publicado esta semana na revista científica internacional PLoS ONE, nas experiências laboratoriais foram utilizados seis ratinhos, cada um com duas pequenas feridas de seis milímetros de diâmetro.
O tratamento – a aplicação de um gel com células estaminais e com outras existentes nos vasos sanguíneos (endoteliais) -, decorreu ao longo de dez dias.
“Não chegou a haver cicatrização completa. Mas houve diminuição da [extensão] das feridas ao longo do tempo”, revelou à agência Lusa Lino Ferreira, coordenador da equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC/Biocant).
Ainda assim, o investigador sublinha que a metodologia “potenciou o efeito terapêutico”, adiantando que a combinação dos dois tipos de células “melhorou a cicatrização das feridas”, em comparação com feridas tratadas com gel contendo apenas células estaminais.
A equipa coordenada por Lino Ferreira integra ainda Dora Pedroso, Ana Tellechea, Liane Moura e Eugénia Carvalho, investigadoras do CNCBiocant, Isabel Fidaldo Carvalho, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, e João Duarte, da empresa Crioestaminal.
Segundo um documento anexo à investigação, que cita dados do Ministério da Saúde, nos seres humanos, o pé diabético “é um dos exemplos mais significativos de ferida diabética”, sendo responsável “por cerca de 70% de todas as amputações efetuadas por causas não traumáticas”.
“Estima-se que cerca de 25% de todas as pessoas com diabetes tenha condições favoráveis ao aparecimento de lesões nos pés”, adianta o texto, citado pela Lusa.