Convencionalmente, os médicos perfuram o osso craniano para medir a alteração da pressão cerebral com um sensor, um procedimento que acarreta grandes riscos de infeção. Com a nova técnica é feita uma incisão no couro cabeludo e um sensor é colado no crânio, sem perfurar o osso, reporta a agência Imprensa Oficial.
As informações registadas pelo sensor são lidas no Monitor de Pressão Intercraniana, criado pelos investigadores da USP, onde é analisado o volume do líquido cefalorraquidiano, substância que reveste e protege o sistema nervoso central contra choques, bem como a concentração de sangue e a massa cerebral.
“É muito difícil haver infeção [com este método] e, se houver, será na pele e de fácil tratamento”, refere o farmacêutico-bioquímico Gustavo Frigieri, da USP. “O corte na cabeça pode ser feito em ambulatório e não necessita de centro cirúrgico”, acrescenta.
De fácil utilização para o médico, o monitor também pode ser operado por enfermeiros e equipas de primeiros socorros. No futuro, espera-se que o aparelho também possa ser usado em casa.
O monitor de pressão intracraniana pode salvar vidas em caso de suspeita de aumento da pressão do crânio, como em derrames, tumores cerebrais, traumatismos e hidrocefalia. Até ao momento, já foi testado em oito pacientes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, com sucesso.