A investigadora portuguesa Joana Gaspar, que se dedica a estudar os mecanismos celulares e moleculares da diabetes, acaba de conquistar o Prémio Europeu da Federação Internacional da Diabetes (IDFP) para Jovem Investigador.
A investigadora portuguesa Joana Gaspar, que se dedica a estudar os mecanismos celulares e moleculares da diabetes, acaba de conquistar o Prémio Europeu da Federação Internacional da Diabetes (IDFP) para Jovem Investigador.
O galardão foi entregue à cientista esta quarta-feira, 5 de Novembro, no âmbito das cerimónias do Dia Mundial da Diabetes, que decorreu no Parlamento Euorpeu, em Bruxelas, na Bélgica.
Joana Gaspar, investigadora de pós-doutoramento na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP-ERC) e no Centro de Doenças Crónicas (CEDOC) da Universidade Nova de Lisboa, foi premiada pela “excelência da investigação científica na área da biologia celular e molecular aplicada à diabetes”.
Mais especificamente, a IDFP distinguiu a portuguesa pelo estudo de novos mecanismos de regulação da glicose pós-prandial (ou seja, após a refeição) e da sensibilidade à insulina, que tem sido o foco de Joana Gaspar e da sua equipa.
“O nosso principal objetivo é descobrir novos fatores fisiológicos que aumentem a sensibilidade à insulina, de modo a prevenir e superar a resistência inicial à insulina que está associada ao desenvolvimento da diabetes tipo 2”, explica a portuguesa em comunicado enviado ao Boas Notícias.
Com este propósito, Joana Gaspar e os colegas estão a estudar os sinais induzidos pela alimentação que aumentam a sensibilidade à insulina como resposta à ingestão de determinados nutrientes.
O fígado é um dos órgãos chave que integra estes sinais alimentares, permitindo uma melhor sensibilidade à insulina por parte de outros órgãos, como é o caso do músculo esqueléticos, coração e rins.
“Estamos a investigar os sinais alimentares em irmãos de pessoas com diabetes tipo 2, uma vez que são um importante grupo de risco para desenvolver a doença. Ao percebermos como é que estes sinais atuam podemos desenvolver novos tratamentos que irão ajudar a prevenir a progressão da diabetes tipo 2”, esclarece a investigadora.
Galardão é “uma honra”, afirma a investigadora
Desde o início da sua carreira que Joana Gaspar se interessa por compreender as complexidades da diabetes e suas complicações associadas. “A diabetes é a doença crónica mais comum, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, 1 em cada 10 adultos tem diabetes”, realça.
Joana Gaspar considera ainda “uma honra” ter recebido este prémio. “Mais do que o reconhecimento do meu trabalho, é o reconhecimento do empenho de todas as pessoas que trabalham comigo e que tornam possível estas descobertas”, confessa.
“É isto que nos motiva a fazer mais para compreender a diabetes, melhorar a vida das pessoas que vivem nesta condição e, finalmente, ajudar a encontrar a cura para esta doença”, finaliza a investigadora.
O prémio atribuído a Joana Gaspar durante as cerimónias no Parlamento Europeu foi entregue pelo Dr. João Nabais, Presidente da IDF-Europa. A investigadora recebeu um cheque no valor de 10 mil euros que será doado a uma instituição à sua escolha.