Desta forma, o tribunal anulou a decisão anterior de um juiz federal da 1ª Vara Federal em Naviraí , uma medida provisória, que ordenava que os índios saíssem da zona que estes acreditam ser dos seus antepassados, de forma a que voltasse a ser explorada pelos responsáveis da Fazenda Cambará.
No entanto, o Ministério Publico Federal alegou que os índios ocupam apenas dois hectares dos 762 hectares totais da propriedade e acrescentou que a área ocupada faz parte de uma reserva de mata nativa, não podendo ser explorada economicamente.
No mês passado, a situação atingiu uma grande repercurssão a nível internacional, depois do grupo de índios Guarani-Kaiowá – a segunda maior etnia india do Brasil – ter sido cercado por pistoleiros.
Numa carta dirigida pelos índios ao governo e à justiça brasileira, estes sublinharam a sua intenção de resistir até ao fim. “Estamos aqui sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo […]. E decidimos não sair daqui com vida e nem mortos”, lia-se no documento.
Na sua conta pessoal do Twitter, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, garantiu que “os índios ficam onde estão” acrescentando que agora a luta é “para agilizar o processo de estudos para a demarcação deste território”.
De acordo com a BBC Brasil, os índios foram expulsos da sua terra de origem e aguardam há décadas a demarcação das áreas a que têm direito segundo a disposição da Constituição Federal de 1988. A maior parte destes índios vivem no estado Mato Grosso do Sul, disputando a terra com os proprietários agrários.