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11 Setembro: 4 minhotos homenageados pela polícia

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Quatro luso-americanos, de origem minhota, foram homenageados pela Polícia de Nova Iorque (NYPD) pelo auxílio que prestaram durante os atentados do 11 de setembro. Os dois casais foram praticamente os únicos no bairro (Soho) a ficar de portas abertas para dar apoio a polícias, bombeiros e socorristas.

Durante dia e noite, os minhotos ofereciam comida e bebida aos dez mil membros dos serviços de emergência e voluntários que trabalharam nos resgates do World Trade Center.

No entanto, os quatro luso-americanos passaram recentemente a três, após a morte do marido de Rosalina Branco, de 50 anos. O casal morava por cima da sua mercearia, com vista para as Torres Gémeas.

“O meu marido contribuiu muito para isto”, disse à Lusa Rosalina que, juntamente com o marido, se levantava de madrugada para atender polícias e bombeiros que tocavam à campainha para lhes dar “água do Luso”, café, chá, sumos ou sandes.

“Ele ficava a fazer sandes até às quatro e cinco da manhã. Quando os empregados chegavam ainda ele estava aqui”, recordou.

“Trabalhávamos só para eles”

Alcina, irmã mais velha de Rosalina, e Rui, o seu marido, também eram donos da mercearia. “Tudo fechou. Nós fomos os únicos abertos aqui na área”, disse Alcina. ” Eu e a minha irmã chorávamos e queríamos ir embora. O meu marido e o meu cunhado é que não quiseram fechar”, completou.

Mas Rui respondeu: “Sempre abertos. Fechar para quê? Precisavam da gente. Não havia nada aqui”. “Tínhamos ali as coisas a estragar, o leite a estragar. Fechar para quê? Ia tudo por água abaixo? Ao menos deram para eles. Trabalhávamos só para eles. Comida, tudo o que havia de carnes, sandes, bebidas”, recordou.

Segundo a Lusa, o casal calcula ter servido mais de 300 pessoas por dia, mais de 4.000 em duas semanas. Não cobravam aos que estavam envolvidos na emergência.

Recompensas pelo esforço

A recompensa por esses dias veio também de uma forma material, que Alcina atribui a Deus. Com a circulação condicionada, a mercearia passou a ser ponto de passagem para milhares de pessoas a caminho do trabalho. “Fomos o centro do negócio. Fizemos dinheiro como nunca tínhamos feito”, disse Rui.

Mas a recompensa não foi só essa. Um dia entraram-lhes pela porta polícias “com o maioral deles”. Deixaram uma placa que agradecia a ajuda, que ainda hoje está por cima do balcão. Também o Consulado de Portugal em Nova Iorque enviou uma carta de reconhecimento.

Agora, esta é uma mercearia bastante invulgar em Manhattan: a completar a enorme bandeira portuguesa, o Grand Street Deli tem uma placa de
homenagem da Polícia de Nova Iorque.

“O que fizemos foi feito com tanta vontade que nunca nada fez falta à gente”,
disse Rosalina.

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