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Transplante com sangue do cordão umbilical permite cura de menina

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Elham, uma menina iraniana de 12 anos, diagnosticada em 2014 com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) – um tipo de cancro caracterizado pela produção excessiva de glóbulos brancos imaturos, que interfere com as funções vitais do organismo – está curada após ter sido submetida a um transplante com células do sangue do cordão umbilical da irmã mais nova.

Após o diagnóstico, Elham foi inicialmente submetida a três tratamentos de quimioterapia. Contudo, estes revelaram-se insuficientes para controlar a doença, pelo que a equipa médica decidiu avançar com um transplante de medula óssea. No entanto, Elham não era compatível com nenhum dos seus familiares. A história da cura da doença de Elham começou quando os médicos souberam que a mãe estava novamente grávida, sugerindo que fosse armazenado o sangue do cordão umbilical da irmã mais nova para, caso esta fosse compatível com Elham, poder ser utilizado para o transplante hematopoiético de que necessitava.

O sangue do cordão umbilical foi colhido com sucesso durante o parto da irmã de Elham e armazenado no banco Royan Stem Cell Technology, no Irão. Após a conclusão dos testes de compatibilidade, confirmou-se que as duas irmãs eram 100% compatíveis. Para aumentar a probabilidade de sucesso do transplante e tendo em conta o peso de Elham (60 kg na altura), a equipa médica optou por utilizar duas amostras de sangue do cordão umbilical: a amostra colhida no parto da irmã e outra amostra guardada no mesmo banco. O transplante foi realizado com sucesso no Hospital Shariati, tendo permitido que Elham ficasse curada e pudesse retomar a sua vida normal.

Atualmente, o sangue do cordão umbilical é utilizado para tratar mais de 80 doenças, nomeadamente leucemias, linfomas, anemias, hemoglobinopatias e imunodeficiências congénitas. Tal como a medula óssea, o sangue do cordão umbilical pode ser utilizado em transplantes hematopoiéticos para reconstituir o sistema sanguíneo e imunitário destes doentes. O maior entrave à realização de transplantes hematopoiéticos continua a ser encontrar um dador compatível com o doente. A probabilidade de encontrar um dador compatível no seio familiar é cerca de 30%. Se o doente tiver um irmão, a probabilidade de estes serem compatíveis é de 25%; se tiver dois irmãos, a probabilidade de ser compatível com algum deles aumenta para 43,7%. Quando um doente não possui um familiar compatível, é necessário procurar um dador não relacionado. Contudo, e apesar dos mais de 20 milhões de dadores de medula óssea registados em bases de dados internacionais, continua a ser difícil encontrar um dador não relacionado compatível. Sabe-se que os transplantes relacionados, ou seja, em que o dador e o recetor são da mesma família, apresentam melhores resultados comparativamente aos transplantes com dadores não relacionados. Além disso, os transplantes de sangue do cordão umbilical apresentam também vantagens relativamente aos de medula óssea, nomeadamente menor risco de infeção, menor exigência de compatibilidade HLA e menor risco de doença do enxerto contra o hospedeiro, uma complicação frequente dos transplantes hematopoiéticos, que pode ser fatal.

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