Inovação e Tecnologia

Tecnologia portuguesa vai integrar aviões da Airbus

A Active Space Technologies é fruto do desejo de dois colegas em aplicar aquilo que aprenderam num estágio na Agência Espacial Europeia. Desde então Ricardo Patrício e Bruno Carvalho já desenvolveram inúmeros projetos, um dos quais vai ser incorporad
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A Active Space Technologies nasceu em 2004 fruto do desejo de dois colegas em aplicar aquilo que aprenderam num estágio na Agência Espacial Europeia. Desde então, Ricardo Patrício e Bruno Carvalho já desenvolveram inúmeros projetos, um dos quais vai agora ser incorporado em aviões da Airbus.

Os sistemas Greenwake e Delicat, desenvolvidos numa parceria entre várias empresas, têm duas funções essenciais, explica ao Boas Notícias o CTO da Active Space Technologies, Ricardo Patrício: por um lado, permitem “reduzir os tempos de descolagem dos aviões” e, por outro, “diminuir a turbulência” sentida pelos passageiros e tripulação, aumentando assim a segurança.

Sediada em Coimbra, a empresa ficou, de acordo com o engenheiro português, responsável “por todo o desenvolvimento mecânico destes sistemas” incluídos num projeto que tem a fabricante de aviões Airbus como parceira. O projeto já está na fase final e os testes vão começar, em breve, no aeroporto de Charleroi, na Bélgica.


Sistema pode ajudar a diminuir a sobrelotação aeroportuária

“Se estivermos a trabalhar na plataforma do aeroporto”, explica Ricardo Patrício, “podemos determinar se existem ou não vórtices, ou seja, turbulência em cima da pista” – deixada após a descolagem de um avião – e, dessa forma, “minimizar os tempos entre descolagens de aviões”. Este avanço pode ser importante no caso de “plataformas aeroportuárias muito sobrelotadas”, como é o caso do aeroporto da Portela.

Outra funcionalidade importante é a de instalação de tecnologias no próprio avião, que permitem detetar “desde 100 metros até vários quilómetros de distância”, se “há turbulência ou não”, adianta. Se a turbulência for a longa distância, o avião consegue desviar-se, caso esteja mais próxima, a sua deteção permite “atuar nas próprias superfícies ativas das asas do avião”, aumentando a segurança do voo, acrescenta Ricardo Patrício.

A Active Space Technologies começou a trabalhar neste projeto em 2008, com vários parceiros europeus, onde se incluía a Agência Espacial Alemã, a universidade belga de Leuven e a Airbus enquanto utilizador do equipamento.

Active Space Technologies à volta do Sol

O facto de “aliar duas ou três competências complementares”, especializando-se quer na engenharia mecânica quer na eletrónica, para o desenvolvimento de produtos completos, é parte do segredo do sucesso da Active Space Technologies, defende Ricardo Patrício.

Um sucesso que se mede facilmente através das receitas da empresa – das quais mais de 90% provêm de clientes europeus: a Active Space Technologies encerrou 2011 com 460 mil euros de lucro.

Entre os vários projetos que estão a ser desenvolvidos, o fundador da empresa destaca a participação numa missão da Agência Espacial Europeia, a “Solar Orbiter”, para a qual desenvolveram a tecnologia de “um satélite que vai orbitar o sol”.

Como gostam “de desafios tecnológicos diferentes do habitual”, os engenheiros da Active Space Technologies propuseram-se a impedir “que os principais instrumentos óticos do satélite recebam uma carga térmica tão grande que degrade a sua performance” e o “seu tempo de vida útil”.

O protótipo para o satélite que vai fazer um estudo científico do Sol e, logo, submeter-se a elevadas temperaturas, já foi validado e a empresa portuguesa foi agora contratada para “fornecer 33 sistemas idênticos”, adianta Ricardo Patrício.

[Notícia sugerida por Bruno Melo e Vítor Fernandes]

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