Saúde

Sangue: Descoberta lusa pode resolver falta de dadores

Uma investigadora portuguesa, atualmente a trabalhar no Albert Einstein College, em Nova Iorque, EUA, descobriu uma forma de aumentar o número de células estaminais que poderá solucionar o problema da falta de reservas nos bancos de sangue.
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Uma investigadora portuguesa, atualmente a trabalhar no Albert Einstein College, em Nova Iorque, EUA, descobriu uma forma de aumentar o número de células estaminais. A descoberta poderá solucionar o problema da falta de reservas nos bancos de sangue e permitir a realização de transplantes diretos destas células para doentes com leucemia.
 
O trabalho de investigação, liderado por Sandra Pinho, vai ser publicado no dia 1 de Julho na revista científica Journal of Experimental Medicine e, de acordo com um comunicado do Albert Einstein College, identificou, em humanos, uma população de células capaz de expandir o número de células estaminais hematopoiéticas (que dão origem a todas as células do sangue, desde plaquetas a glóbulos vermelhos ou brancos). 
 
Além de poder resolver o problema crónico de falta de dadores nos bancos sanguíneos, a descoberta da portuguesa e dos seus colegas pode vir a ser a solução para situações como as leucemias ou as anemias crónicas, que exigem uma transplantação direta deste tipo de células estaminais para gerar, de novo, todo o sistema sanguíneo. 
 
Segundo os investigadores, embora a medula óssea possua uma população de células estaminais hematopoiéticas, que fabricam, ao longo da vida, as células sanguíneas necessárias para a sobrevivência, este grupo de células é extremamente pequeno, o que torna limitada a possibilidade de o utilizar em transplantes ou na criação de populações sanguíneas para transfusões. 
 
Em 2010, o laboratório de Sandra Pinho descobriu, porém, pela primeira vez, em ratinhos transgénicos, uma população de células estaminais mesenquimais (capazes de se transformar em tecido ósseo e adiposo ou cartilagem) que consegue regular o funcionamento das células estaminais hematopoiéticas. 
 
Ainda assim, os cientistas continuaram a deparar-se com um problema, relacionado com o facto de a proteína que identificava esta nova população de células mesenquimais estar localizada dentro das células, o que tornava impossível identificá-las e isolá-las, a menos que se descobrissem outras moléculas na superfície celular com a mesma capacidade.

Testes em laboratório provaram que células são funcionais
 

Agora, Sandra Pinho e a sua equipa conseguiu identificar uma série de novos marcadores que definem a mesma população de células estaminais mesenquimais, o que prova que esta população também existe na medula óssea humana em contacto direto com as células estaminais do sangue e, tal como em ratinhos, é capaz de regular o funcionamento das mesmas. 
 
A portuguesa e os colegas conseguiram expandir em laboratório uma população de células estaminais do sangue humanas através do contacto com as células estaminais e transplantá-la para ratinhos cujas células sanguíneas foram destruídas por radiação, observando que as mesmas se multiplicaram e se diferenciaram e dando aos cobaias um sistema sanguíneo humano, o que prova que as células são funcionais. 
 
“Estes novos resultados são um primeiro passo importante no estudo da regulação das células estaminais do sangue dentro da medula óssea”, considerou Sandra Pinho, citada no comunicado do Albert College Einstein.
 
“Além disso, no futuro, esperamos conseguir expandir em laboratório o número de células estaminais do sangue em quantidades suficientes para ajudar doentes hematológicos que necessitam de transfusões ou transplantes de medula”, concluiu.

Clique AQUI para aceder ao resumo do estudo já publicado online (em inglês).

 

Notícia sugerida por Ana MG Pereira, Lídia Dinis, Maria Pandina, David Ferreira e Inês Duarte

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