Ambiente

Porto quer ter roteiro turístico dedicado às árvores

A autarquia do Porto quer lançar, em breve, um roteiro turístico em redor dos mais de 230 exemplares de árvores monumentais, de sete espécies diferentes, classificadas como de interesse público naquela cidade, um acervo que é "generoso".
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A autarquia do Porto quer lançar, em breve, um roteiro turístico em redor dos mais de 230 exemplares de árvores monumentais, de sete espécies diferentes, classificadas como de interesse público naquela cidade, um acervo que é “generoso” e “motivo de orgulho” para a Invicta. 
 
Em causa estão árvores que, pelo seu desenho, porte, raridade ou interesse histórico e paisagístico estão protegidas enquanto monumentos vivos, desempenhando um autêntico papel de “contadoras de histórias” silenciosas e constituindo-se, ao mesmo tempo, como “elementos riquíssimos em termos botânicos”, afirma Isabel Lufinha, engenheira do pelouro do ambiente da Câmara do Porto, em entrevista a Lusa.
 
Entre os exemplos destas árvores estão a Ginkgo (ou nogueira-do-japão) no passeio das Virtudes, a Araucária (ou bunia-bunia) no jardim da Cordoaria, o Tulipeiro da Casa Tait, o conjunto de palmeiras no Passeio Alegre e a avenida dos plátanos, também na Cordoaria, que não passam despercebidas a quem com elas se cruzam.
 
A responsável explica que a classificação destas árvores como sendo de interesse público “as dignifica” e lhes reconhece “caráter benéfico e valioso, não só para a cidade em si mas também para as suas comunidades, para as populações e para os visitantes”, o que justifica a vontade de criar este roteiro turístico.
 
“Temos essa intenção a breve trecho”, revela Filipe Araújo, vereador do pelouro do Ambiente e Inovação, salientando que o Porto é uma cidade “extremamente verde” e que “há que valorizar” e dar a conhecer o património arbóreo através de um guia, em formato digital ou em papel, aos munícipes e a quem visita a Invicta. 
 
“A ideia é ir recolhendo o maior número e a maior qualidade possível de informação associada a cada uma das árvores e fazermos um mapa, um roteiro turístico, mas desta vez com as nossas árvores classificadas”, esclarece Isabel Lufinha.
 
A engenharia defende que, à semelhança de um roteiro de monumentos de arquitetura, um roteiro turístico sobre árvores classificadas faz todo o sentido porque se trata de “um valor patrimonial igualmente forte, igualmente válido e com muitos amantes também”. 

Primeira classificação de árvores aconteceu em 1939
 

A primeira classificação de árvores na cidade do Porto remonta a 1939, com um ulmeiro (Cordoaria), um pinheiro manso (avenida da Boavista) e um tulipeiro-da-virgínia com mais de 300 anos (escola pública João de Deus), sendo este o único dos três exemplares que ainda existe.
 
Porém, foi em 2004 que ocorreu um “boom” de classificações de árvores da cidade, quando associações ambientalistas, em colaboração com a Câmara, decidiram impulsionar o processo, apresentando as candidaturas.
 
A preservação e manutenção destas árvores estão salvaguardadas, porque “qualquer intervenção tem que ter o parecer e autorização prévia da tutela [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas]”, assegura Isabel Lufinha, lembrando ainda que a lei estabelece um raio de proteção de 50 metros.
 
O vereador Filipe Araújo adianta ainda que a autarquia tem já mais árvores em processo de classificação, porque ao querer dar este estatuto a mais espécies a Câmara está também “a reproduzir a importância que têm, a dar relevância e a valorizar a cidade”.
 
A técnica da autarquia, por seu lado, não tem dúvidas de que estas árvores monumentais “precisam de muita dedicação, vigilância e proteção”.
“Devemos ter todos os cuidados que conseguirmos e soubermos ter, mas também somos mais cuidadosos com a saúde dos nossos avós do que com a nossa e é um bocadinho esse valor que permanece”, conclui.

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