Em Destaque Sociedade

Os recuos e avanços da solução para os emigrantes lesados do BES

"Entre recuos e avanços, o poder político acabou por corrigir uma flagrante injustiça e profundo desrespeito pelos emigrantes lesados". Artigo de opinião de Daniel Bastos.
Versão para impressão
por Daniel Bastos

O final da semana passada ficou marcado pela aprovação da Comissão de Orçamento e Finanças da solução, que cria e regula os fundos de recuperação de crédito necessários para avançar com a indemnização aos mais 2.000 clientes que perderam 400 milhões de euros com a compra de papel comercial do antigo BES.

Injustamente esta solução politicamente aprovada por PS, PCP e Bloco de Esquerda, com abstenção do PSD e CDS-PP, e que assenta na prestação de uma garantia de Estado, deixava de fora os emigrantes lesados devido ao chumbo do PS e da abstenção do PSD, de uma proposta do Bloco de Esquerda e do CDS-PP de incluir os emigrantes afetados pela venda de produtos fraudulentos do BES nos abrangidos pelo fundo.

Este primeiro esboço da decisão, completamente inadequada e incompreensível, porquanto tratava os emigrantes como portugueses de segunda, quando os mesmos são cidadãos portugueses de pleno direito que têm dado um contributo fundamental para o desenvolvimento do país, acabou no decurso desta semana por ser alterada na votação final global da legislação.

A proposta de alteração para que os emigrantes lesados possam igualmente vir a ser beneficiados pelo futuro mecanismo de compensação, acabou por ser aprovada com a abstenção do PSD e do deputado único do PAN, e os votos favoráveis das restantes bancadas parlamentares e cinco deputados do PSD.

Entre recuos e avanços, o poder político acabou por corrigir uma flagrante injustiça e profundo desrespeito pelos emigrantes lesados, que quase três anos após a resolução do banco continuam a aguardar, em muitos casos, por uma solução para as poupanças de uma vida que investiram no antigo BES.

É no mínimo estranho, como desde o início deste processo legislativo não foi possível assegurar um alargado consenso politico em torno da solução para os lesados do papel comercial do BES, e no caso particular dos emigrantes. Está mais de que demonstrado, que as autoridades políticas e de supervisão estatais falharam na proteção desses investidores. As mesmas autoridades, que defendem constantemente a valorização do papel de investidores da Diáspora em Portugal, e a quem no mínimo se exige congruência entre os discursos e as ações.

Comentários

comentários

PUB

Live Facebook

Correio do Leitor

Mais recentes

Passatempos

Subscreva a nossa Newsletter!

Receba notícias atualizadas no seu email!
* obrigatório

Pub

Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais aqui.

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close