Turismo

Mosteiros e conventos vão ser revitalizados para projetos turísticos

Quartel da Graça e Forte de São Pedro do Estoril juntam-se à lista que revitaliza património do Estado em ruínas. Ao todo, haverá 30 concessões.
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por redação

Os imóveis do Estado que vão a concurso para se converterem num projeto turístico já estão escolhidos. O Estado vai integrar no Programa Revive um total de 30 edifícios, entre mosteiros, fortes, antigos quartéis ou conventos que, sem utilização, têm sido condenados ao abandono e alguns estão em estado de ruína. A recuperação dos edifícios será feira por privados, através de concessões, estimando-se um valor de cinco milhões por edifício, com um valor final de cerca de 150 milhões de euros. Depois de feitos os concursos, os espaços abrirão portas como hotéis, restaurantes ou até museus.

Vários hoteleiros e investidores aguardavam o anúncio para se posicionarem perante o programa.

Entre os lançamentos mais recentes encontram-se, por exemplo, o Quartel da Graça em Lisboa, ou o Forte de São Pedro, no Estoril, muito desejados por quem já opera no setor e que os grandes hoteleiros nacionais admitem ter debaixo de olho pela localização. Entre os grupos que já se mostraram interessados pela nova lista está o grupo Pestana, que gere imóveis semelhantes, as Pousadas de Portugal, o Grupo Vila Galé, que procura há muito um novo espaço para abrir em Lisboa e o Grupo Hoti, que detém em Portugal as marcas Meliá e Tryp.

Espaços é o que não falta: na lista está disponível na página do Turismo de Portugal dedicada ao Revive, vão entrar também o Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, o Mosteiro do Lorvão, em Penacova, ou o Mosteiro de Sanfins de Friestas, em Valença. Mais a Sul, o Palácio de Manique do Intendente, na Zambuja, o Forte do Rato, em Tavira, o Santuário do Cabo Espichel, em Sesimbra ou o Forte de São Pedro no Estoril também figuram na nova lista.

A lista inicial de imóveis, onde se encontram o Castelo de Portalegre ou o Forte do Guincho, ainda está numa fase de estudos que antecede o lançamento dos cadernos de encargos. Para já, apenas o Convento de São Paulo, em Elvas, encontrou novo dono – o grupo Vila Galé, único na corrida pelo espaço.

As regras do programa são claras: os potenciais concessionários terão de levar a concurso projetos de reabilitação que passem pela restauração do edifício já existente, manutenção e a sua abertura ao público. Isto significa que alguns destes espaços serão convertidos em unidades hoteleiras, mas também em restaurantes ou mesmo espaços para concertos ou festivais.

O governo quer que cada caso seja tratado de forma diferenciada e, por isso, cada edifício terá o seu próprio caderno de encargos. Alguns já deverão limitar também o destino dos espaços a concessionar como aconteceu com o convento de São Paulo, em Elvas.

No geral, os períodos de concessão poderão variar entre 30 e 50 anos e, no final, podem ser prorrogados ou, se o governo à data assim o entender, fazê-los regressar à mão do Estado. Como a maior parte dos espaços que serão levados a concurso estão em estado avançado de degradação, terá de haver sempre um compromisso de reabilitação, preservação e conservação a cargo do novo dono.

Pousadas são pioneiras

A abertura de património histórico ao turismo não é de hoje. As Pousadas de Portugal, sob a gestão do grupo Pestana, são o primeiro exemplo do género em Portugal. A entrada destes edifícios ao serviço do alojamento remonta aos anos 50 do século XX quando, ainda em era de Estado Novo, Portugal começou a dar os primeiros passos no turismo. As Pousadas de Portugal ocuparam antigos conventos e mosteiros espalhados pelo país e mantiveram-se sob uma gestão pública durante todo o século passado. Em 2009, pela mão de Durão Barroso, e depois de mais de dez anos de prejuízos financeiros, foram abertas a uma gestão privada. Desde essa altura é o Grupo Pestana que detém a concessão contratada por 25 anos. À Enatur cabe apenas a supervisão destas concessões.

O Castelo de Vila Nova de Cerveira, que integra desde setembro a lista do Revive, foi até 2008 uma Pousada de Portugal. Curiosamente, o Convento de Santa Clara, em Vila do Conde, e que agora se junta à listagem, era um dos que no acordo com o Pestana estava previsto integrar a rede de Pousadas, o que nunca chegou a acontecer. Neste pré-acordo estava ainda o Forte de Peniche que também esteve para integrar o Programa Revive, mas acabou por sair.

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