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Inovação social é muito mais que um simples “doar aos pobres”

Ao ouvir "inovação social", o que primeiro vem à cabeça? A maioria das pessoas responderia algo como uma versão acadêmica da caridade ou algo relacionado ao assistencialismo.
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Em se tratando da área alimentar, seria o equivalente a dar comida aos pobres. Inovação social, porém, é muito mais que isso. A mais completa definição vem da Stanford Social Innovation Review, uma das mais respeitadas publicações sobre o tema: inovação social é “uma nova solução mais eficaz, eficiente, sustentável ou justa que as soluções existentes para um problema social”. E mais, o valor gerado por esta inovação tem de beneficiar a sociedade como um todo e não apenas alguns indivíduos. Ou seja, até mesmo grandes corporações podem produzir inovação social, para isso é preciso agir para ser não necessariamente o melhor do mundo, mas sim o melhor para o mundo.

As empresas guiadas por um propósito de bem comum para a sociedade e não apenas para seus acionistas são conhecidas como empresas B. Ser uma empresa B certificada pela ONG com fins não-lucrativos B Corp implica cumprir exigências de performance ambiental e social e também de transparência e prestação de contas. Já há 1600 companhias de 42 países a ostentar o selo e a trabalhar por um objetivo maior: redefinir o sucesso nos negócios. Vale lembrar que não é preciso que a vossa empresa seja certificada para ser uma empresa justa e investir em inovações pelo bem maior.

agencia-efeagro-brasilO mais notório empreendimento social do mundo é o Banco Grameen. Criado em 1976 por Mohammed Yunus, no Bangladesh, o banco de microcrédito empresta pequenas quantias a empreendedores pobres da região cobrando juros baixos e sem garantias. Pode parecer insustentável, mas esta iniciativa já movimentou quase 6 bilhões de dólares, possui 12 mil funcionários e tirou 12 milhões de cidadãos da linha de pobreza permitindo o autoemprego e acabando com a atuação de agiotas. Seu índice de inadimplência é de apenas 1%. Em 2006 Yunus foi laureado com o Prêmio Nobel da Paz.

Portugal também conta com projetos de inovação social importantes em diversos segmentos. Na área alimentar um dos maiores expoentes é a Fruta Feia, cooperativa de consumo, como o próprio nome diz, de frutas, legumes e hortaliças feias. Os produtos que não atendem a exigência dos supermercados, passaram a ser vendidos por preços mais baixos. A cooperativa tem mais de 100 agricultores e 2200 consumidores associados em dois pontos de Lisboa e acaba de chegar ao Porto.

Segundo a FAO, metade da comida produzida no mundo vai para o lixo. Cerca de 30% da fruta produzida em Portugal é desperdiçada ainda que esteja apropriada para o consumo. O impacto de uma iniciativa como esta é imenso para todos os atores desta cadeia: aumenta o rendimento dos produtores, que antes não conseguiam vender os produtos fora do padrão; o consumidor, que passou a ter uma alternativa de alimentação saudável de qualidade a preços mais baixos; e o planeta, ao evitar o desperdício de alimentos. É bom para a economia do país e prova que é possível gerar valor, ser justo e sustentável. E você, o que está esperando para tornar a sua empresa melhor hoje mesmo?

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  *Artigo escrito em Português do Brasil

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