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Fukushima: Reformados querem substituir jovens

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Um grupo de engenheiros militares e civis reformados, com mais de 60 anos, quer substituir os jovens trabalhadores que estão envolvidos na missão de alto risco de estabilizar a radiação da central nuclear de Fukushima Daiichi. O seu objetivo é preservar a vida de quem ainda tem muitos anos pela frente.

Mais de 160 engenheiros, incluindo muitos antigos trabalhadores da central atómica, com 60 anos ou mais tencionam criar um “Skilled Veteranos Corps” para ajudar a restaurar os sistemas de refrigeração afetados pela catástrofe de 11 de março.

“Não devemos deixar o trabalho apenas para os jovens engenheiros”, disse Yasuteru Yamada, que apresentou a proposta depois de saber que jovens trabalhadores estavam envolvidos nesta tentativa de salvamento de alto risco.

Yamada, um engenheiro de 72 anos aposentado, defende que “os jovens, especialmente aqueles que terão filhos no futuro, não devem ser expostos à radiação”.

A proposta do grupo é que o governo autorize a criação de um organismo independente de engenheiros especializados, com mais de 60 anos, que assuma o trabalho de base na restauração dos sistemas de refrigeração da TEPCO, a companhia elétrica que gere os seis reatores.

Atualmente, mais de 1.000 pessoas, incluindo subcontratados jovens, trabalham em Fukushima, onde os altos níveis de radiação estão a ser monitorizados desde o tsunami.

Embora os responsáveis pela central afirmem que esta deverá estar encerrada entre outubro e janeiro, alguns especialistas estimam que será necessária uma década para desmantelar a fábrica.

Yamada disse à AFP que não se trata de um suicídio “Kamikaze”. “Toda gente tem medo da morte. E eu também”, acrescentou explicando que a exposição da equipa de trabalho à radiação seria estritamente controlada e contaria com o apoio total das autoridades.

A TEPCO não comentou publicamente a proposta, mas alguns legisladores do governo já expressaram o seu apoio ao grupo de reformados.

“Precisamos de trazer as vozes dos participantes para o parlamento, bem como para o governo”, disse Hiroe Makiyama, membro do partido da esquerda democrática do Japão que garante que vão ” considerar a legislação necessária para apoiar o projeto.”

Já o representante do gabinete do primeiro-ministro Naoto Kan expressou à imprensa local a sua gratidão pela oferta de ajuda, que no entanto vê como um “corpo de suicídio”.

“Estamos muito agradecidos pelos seus sentimentos de dedicação à causa mas o nosso princípio é agarrarmo-nos a procedimentos que não exigem um corpo de suicídio”, declarou à imprensa.

Além dos 160 voluntários, alguns outros ex-trabalhadores da fábrica de Fukushima também dizem que estão prontos para retornar aos seus empregos em prol das dezenas de milhares de desabrigados da região.

“É meu desejo ajudar a reduzir o medo entre os moradores e levá-los de volta para casa o mais rápido possível”, explicou Masayoshi Miura, de 55 anos, uma das subcontratadas de Fukushima que vive agora numa cidade a cerca de 25 quilómetros.

[Esta notícia foi sugerida por Raquel Baêta]

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