Ambiente

Expedição à Gorongosa identifica 1.200 espécies

Uma expedição recente responsável pelo primeiro grande levantamento dos animais e plantas existentes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, acaba de anunciar a identificação, naquela região, de pelo menos 1.200 espécies.
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Uma expedição recente responsável pelo primeiro grande levantamento dos animais e plantas existentes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, acaba de anunciar a identificação, naquela região, de pelo menos 1.200 espécies, mais de 20 delas totalmente novas para a Ciência.
 
Em declarações telefónicas à Lusa, o cientista Piotr Naskrecki, que liderou o projeto, disse que estes números são ainda provisórios, visto que o trabalho de laboratório está por concluir, mas sublinhou que, até ao momento, os resultados são muito satisfatórios.
 
“Não podíamos estar mais felizes com o que encontrámos”, admitiu Naskrecki, que revelou que, entre as muitas espécies até agora identificadas, algumas nunca tinham sido registadas no parque, muitas são novas para Moçambique e algumas delas nunca tinham, sequer, sido vistas pelo cientista, pelo que ainda não têm nome. 

Número de espécies identificadas deverá subir
 

Ao longo de três semanas, 15 biólogos de diversas nacionalidades uniram-se na Gorongosa para efetuar o primeiro levantamento dos animais e plantas ali existentes, centrando-se numa zona conhecida como Planalto de Cheringoma, a pouco explorada borda oriental do Grande Vale do Rift Africano. 
 
No decurso do processo foram identificadas, pelo menos, 1.200 espécies, um número que deverá ainda subir significativamente, já que estão por processar os dados referentes a certos grupos, entre os quais os de formigas, gafanhotos ou escaravelhos. 
 
Segundo Naskrecki, investigador do Museu de Zoologia Comparada da Universidade de Harvard, nos EUA, o que os resultados mostram é que “o ecossistema daquela zona do parque é muito saudável e vibrante”.
 
“Embora o parque tenha perdido muitos dos seus animais de grande porte durante a guerra, muitos elementos da sua biodiversidade, os ecossistemas como um todo e estes componentes pequenos estão quase intactos e em muito bom estado”, congratulou-se o cientista.
 
Entre os resultados preliminares do levantamento está a identificação, destacada pelo cientista, de cerca de 35 espécies de pequenos mamíferos (com menos de um quilo), como roedores ou morcegos, pelo menos 182 espécies de aves, quatro das quais novas para a Ciência, e ainda 17 espécies de orquídeas, uma flor incomum na savana do leste africano.
 
A expedição identificou ainda, pelo menos, 80 espécies de répteis e anfíbios (47 répteis e 33 anfíbios), o que “quadruplica o número anteriormente conhecido no parque”, notou Naskrecki, que desvendou que, no mínimo, duas das espécies de sapos são novas para a Ciência, “incluindo uma espécie muito interessante, que não salta, só corre, e consegue subir penhascos na vertical”.

Nova fase da expedição começa no final do ano
 

O especialista em insectos, que se dedicou a estudar os gafanhotos e louva-a-deus do parque, já identificou mais de 150 espécies diferentes, algumas das quais novas para a ciência, que irá agora descrever em revistas científicas especializadas e terá de “batizar”, prometendo homenagear a Gorongosa
 
Até Dezembro, a equipa vai publicar um relatório final da expedição, financiada pela Fundação Carr, que gere o Parque Nacional da Gorongosa, com o contributo da Universidade de Harvard, no qual descreverá o que foi feito e as descobertas científicas.

Esta expedição foi apenas a primeira de uma série de levantamentos do género. A próxima fase do projeto está prevista para o final do ano e deverá passar pela análise da biodiversidade em torno dos rios que começam na montanha e acabam no parque.

Notícia sugerida por David Ferreira

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