Foram descobertas, pela primeira vez, as tocas de duas fêmeas de leopardo-das-neves, que escondiam, no seu interior, as crias de uma das espécies mais raras que existem no nosso planeta. Os cientistas falam num "passo tremendo".
Foram descobertas, pela primeira vez, as tocas de duas fêmeas de leopardo-das-neves, que escondiam, no seu interior, as crias de uma das espécies mais raras que existem no nosso planeta. De acordo com os cientistas, este é um passo “tremendo” que fornece informações de “enorme valor acerca da história de vida destes animais”.
A descoberta foi feita nas montanhas Tost, na Mongólia, por um grupo de cientistas da Panthera, uma organização de conservação de felinos selvagens, e da Snow Leopard Trust (SLT). Os especialistas puderam, cuidadosamente e a partir de uma distância segura, captar algumas imagens das crias e realizar medições para compreender o seu estado de saúde.
“Passámos anos a tentar determinar quando e onde as fêmeas de leopardo-das-neves dão à luz, o tamanho das suas tocas e as hipóteses que as crias têm de sobrevivência. Este é um daqueles momentos excecionais em que, após anos de esforço, conseguimos um olhar raro sobre a vida de um animal que precisa da nossa ajuda para sobreviver no mundo atual”, explica Tom McCarthy, da Panthera, em comunicado.
A equipa envolvida na descoberta, que incluiu um veterinário, conseguiu entrar nas duas tocas na ausência das mães, que se encontravam a caçar, para pesar, medir e fotografar as crias, colocando-lhes um “microchip” do tamanho de um grão de arroz para identificação futura, com o objetivo de analisar a sua evolução.
Estas ações inserem-se no programa de conservação dos leopardos-das-neves, para o qual é vital o conhecimento acerca dos primeiros dias e semanas de vida dos animais, bem como da forma como a sua população funciona e a probabilidade de as crias transitarem com sucesso para a fase adulta, contribuindo para a manutenção da espécie.
Atualmente, e porque os leopardos-das-neves são muito misteriosos e fugidios, as informações sobre a espécie foram recolhidas, sobretudo, com base em estudos realizados com leopardos-das-neves que se encontram em cativeiro.
Porém, segundo os especialistas da organização, os dados recolhidos até ao momento e os que serão captados de futuro através de vários equipamentos, vão ser determinantes para a eficácia deste programa de conservação. “Os novos dados vão ajudar-nos a garantir um futuro para estes animais incríveis”, concluiu MacCarthy.