Saúde

Cobras com coração grande dão pistas para saúde cardíaca

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Os mecanismos fisiológicos e genéticos de proteção do coração das cobras pitão poderão vir a ajudar a encontrar uma terapia para as doenças cardíacas humanas. É esta a esperança de um estudo divulgado pela Science e desenvolvido por investigadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.
 
As cobras pitão têm uma particularidade: ficam enormes ao alimentar-se, isto porque os próprios órgãos crescem depois da alimentação. O coração aumenta 40% em três dias, sem que se observem quaisquer efeitos secundários.  
 
Este facto já era conhecido mas, agora, o grupo coordenado por Leslie Leinwand descobriu que, durante esse pico de atividade fisiológica, o plasma sanguíneo se enche de várias substâncias, entre as quais ácidos gordos, numa quantidade tão elevada que seria altamente nociva para o coração da maioria dos mamíferos.
 
Porém, uma espécie asiática estudada pelos investigadores – a Python molurus – é capaz de se proteger dos efeitos nefastos desse hiper-metabolismo por meio da produção de uma enzima nas células musculares, que também aumentam de tamanho. É aí que reside a grande promessa.
 
Moléculas provocam crescimento saudável do coração
 
Ao tentarem perceber quais os compostos responsáveis por esta proteção, os cientistas encontraram três moléculas específicas de ácidos gordos que, ao ser injetadas em pitões que não tinham sido alimentadas, provocam o crescimento saudável do órgão que bombeia o sangue.
 
Depois, as moléculas foram testadas em roedores e os resultados foram idênticos. “Injétamos ácidos gordos nos ratos saudáveis, obtivemos um crescimento significativo de massa cardíaca e pudemos ver que esse tipo de crescimento é o que chamamos de benéfico”, explicou Leinwand.
 
Nos humanos, este crescimento saudável do coração também acontece de forma natural, geralmente em atletas como ciclistas ou nadadores. No entanto, o processo é lento, exige grande atividade e o crescimento do coração não ultrapassa os 10%. Em alguns casos, este crescimento pode até estar associado à morte súbita nos jovens, provocada por doenças cardíacas.
 
Dado que nos pitões e nos ratos analisados os resultados foram tão positivos, a equipa de Leslie Leinwand está agora a tentar compreender como poderá conseguir-se um crescimento saudável do coração humano através das gorduras encontradas.
 
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]

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