Mesmo tendo perdido os seus dois braços aos 10 anos, após o acidente que sofreu durante uma brincadeira com os amigos, Liu Wei conseguiu fazer valer o seu talento como pianista. Tocando com os pés, o jovem chinês apresentou-se num programa televisivo
[Foto: © AP Photo/Eugene Hoshiko]Mesmo tendo perdido os seus dois braços aos 10 anos, após o acidente que sofreu durante uma brincadeira com os amigos, Liu Wei conseguiu fazer valer o seu talento como pianista. Tocando com os pés, o jovem chinês apresentou-se num programa televisivo local de talentos e comoveu a audiência, que o aplaudiu de pé.
No programa “China´s Got Talent” – mais uma versão do original inglês “Britain´s Got Talent”, que lançou a cantora Susan Boyle para o estrelato -, Liu tocou uma versão do tema “Mariage D’amour”, de Richard Clayderman. O público respondeu com lágrimas, surpresa e uma ovação de pé.
Com apenas 23 anos, a sua paixão pela vida é evidente: “O que os outros fazem com as mãos, eu faço com os pés. É apenas isso”, diz Liu, em declarações à Associated Press (AP).
Com humildade, acrescenta que apenas gostaria de poder ter a liberdade de conduzir. À parte disso, sente que não há nada mais que não consiga fazer, até porque “ninguém decretou que, para tocar piano, é preciso usar as mãos”.
Os pés de Liu ajudam-no também a vestir-se, a navegar pela Internet, comer e tratar da sua higiene. Surpreendentemente, o jovem residente em Pequim não manifesta qualquer interesse em adquirir próteses que possam substituir os braços que lhe foram amputados há mais de 10 anos.
“Tenho comida para me alimentar, roupas para vestir e muitas pessoas que se preocupam e tratam de mim. Que razões tenho eu para estar descontente?”, diz.
Liu Wei só começou a tocar piano no final da adolescência, quando decidiu que queria ser músico ao invés de concluir o ensino superior. O jovem quer que as pessoas o reconheçam pelo seu talento musical e não pela condição física a que está sujeito.
“Espero que o meu trabalho como pianista seja tão bom que ninguém repare que eu não tenho braços”, remata Liu Wei.