Ciência

Cancro: Portuguesa descobre possível inibidor de genes

Lígia Tavares, uma jovem doutoranda do programa GABBA e investigadora Universidade do Porto (UP), é responsável pela identificação de um complexo molecular que silencia genes. Descoberta pode ser importante para o tratamento de doenças como o cancro.
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Lígia Tavares, uma jovem doutoranda do programa GABBA e investigadora Universidade do Porto (UP), é responsável pela identificação de um complexo molecular que silencia genes. A descoberta pode ser importante para o tratamento de doenças como o cancro.

A investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da UP é a autora principal do artigo, publicado recentemente na revista Cell. O estudo descreve o papel de um novo complexo, denominado RYBP-PRC1, que tem a capacidade de silenciar genes que intervêm na diferenciação das células.

“Para que as células se diferenciem, e passem de células estaminais a células diferenciadas, é fundamental que ocorra expressão coordenada de vários genes, até então silenciados”, explica Lígia Tavares em comunicado do IBMC.

Na prática, o complexo descoberto funciona como marcador que indica à célula quais os genes a silenciar, ou seja, é um controlador dos próprios genes.

Na publicação, a autora demonstra também que o RYBP-PRC1 pode funcionar independentemente da ação de dois complexos já conhecidos e que têm a mesma função, o PRC1 e o PRC2.

Terapias regenerativas, implantações e retrocesso de doenças

A descoberta permite que, agora, através da manipulação do complexo molecular, seja possível reverter o processo de diferenciação das células, o que levaria à obtenção de células estaminais, fundamentais em terapias regenerativas.

Esta pode ser uma alternativa a outras formas de produção de células estaminais, por exemplo das que têm origem em embriões, que levantam várias vezes questões técnicas e éticas complexas. O controle de determinados genes pode ajudar a travar doenças degenerativas ou o cancro.

Outra importante aplicação da investigação será a de usar os conhecimentos adquiridos para “produzir tecidos ou células específicas e especializadas”, as quais “poderão ser utilizadas em implantações ou substituições com fins terapêuticos”, explica Lígia Tavares, adiantando no entanto que esse tipo de aplicação “ainda carece de muito trabalho e investigação”.

Lígia Tavares é doutorada em Bioquímica pela Universidade de Oxford, no âmbito do programa doutoral GABBA da Universidade do Porto e está atualmente a fazer um pós-doutoramento no IBMC. Os seus projetos atuais prendem-se com a especialização celular e os reguladores na interação entre células do sistema nervoso.

O artigo publicado pela revista Cell resulta de um trabalho coordenado por Neil Brockdorff, da Universidade de Oxford, que contou também com outros investigadores de vários países. Os resultados podem ser consultados  AQUI.

[Notícia sugerida por Maria Manuela Mendes]

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