Depois de ser alvejada, Beauty foi acolhida por uma associação sem fins lucrativos, a Birds of Prey Northwest, em Idaho (EUA), onde recebeu tratamento. Numa primeira fase, a águia, que perdeu a parte de cima da mandíbula do seu bico, tinha de ser alimentada através de um tubo mas, mais tarde, quando a sua saúde melhorou, podia já ingerir alimentos sólidos, embora com o auxílio de “fórceps”.
No entanto ao contrário do que se esperava, após o período de recuperação, o bico de Beauty não voltou a crescer porque o osso estava muito danificado, o que tornava impossível o seu restabelecimento. Jane Fink Cantwell, especialista em pássaros carnívoros, pediu a opinião a vários especialistas, mas a resposta de todos foi unânime: a águia devia ser abatida para acabar com o seu sofrimento.
Mas Jane não desistiu e continuou a procurar soluções para o problema de Beauty. Em 2008, quando fazia uma apresentação numa escola sobre a situação da águia, a tão esperada resposta chegou. A assistir à apresentação estava o engenheiro mecânico, Nate Calvin, e as suas duas filhas, que ficaram sensibilizados com a história de Beauty e decidiram ajudar.
Calvin construiu, através de um molde feito a partir do bico de Beauty introduzido num programa 3D, uma prótese para o bico da águia. Socorrendo-se de uma vasta equipa, que contou com engenheiros e até com o seu dentista, o especialista colocou-a, depois, numa montagem feita de titânio que foi introduzida no que restava do bico de Beauty.
Os esforços acabaram por ser recompensados e, pela primeira vez em vários anos o animal pode agora beber água e alimentar-se sem precisar de ajuda.